A perda de polinizadores é um desafio ambiental e as abelhas estão entre as espécies mais ameaçadas. E por conta de o Pantanal ser uma região rica em fauna e flora e ter uma dinâmica diferente por conta das águas, em suas regiões mais primitivas estão as condições ideais para a sobrevivência e a proteção de abelhas e outros polinizadores.
Assim, além desse objetivo, o Programa Oásis também leva a produção de mel como fonte de renda alternativa para as famílias pantaneiras. O mel produzido é puro, orgânico e saudável porque está em áreas livres dos efeitos dos pesticidas. As famílias envolvidas no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores são da comunidade São Francisco, localizada a 140 km do município de Corumbá, e do Assentamento Bandeirantes, localizado no município de Miranda. O preço do mel equivale ao valor social, econômico e ambiental na sua produção.
Como símbolo da campanha é utilizada a espécie de abelha chamada mandaçaia pantaneira, que em sua origem indígena significa “vigia bonito” também por ser a guardiã da colmeia. A própolis também é feita por esta espécie e comprovadamente ajuda a combater infecções e na prevenção de várias doenças. Outro polinizador importante é o morcego beija-flor que é responsável por diversas espécies de plantas do Pantanal, como o Jatobá e a seiva que é muito importante na medicina popular. Os beija-flores não ficam de fora, pois em seu hábitat – os capões (mata redonda) – é possível se alimentar do néctar, onde faz a polinização, portanto são os que mais sofrem com as queimadas e desmatamento.
O Programa Oásis é também uma das ações do Projeto ECCOS (Ecorregiões, Conectadas, Conservadas e Sustentáveis), que tem apoio da União Europeia, para a conservação de polinizadores e o combate às queimadas, entre outras ações como a formação de brigadistas e mapeamento do uso de recursos naturais. A ECOA utiliza da venda de canecas com os animais símbolos da campanha para se manter garantida e conseguir recursos e apoios, como também de doações realizadas ao projeto.
ECOA A ECOA (Ecologia e Ação) é uma organização não governamental que surgiu em 1989, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, formada por um grupo de pesquisadores que atuam em diversos segmentos profissionais, tais como: biologia, comunicação, arquitetura, ciências sociais, engenharia e educação. O principal objetivo era, e ainda é, estabelecer um espaço para reflexão, formulações, debates, além de desenvolver projetos e políticas públicas para a conservação ambiental e a sustentabilidade tanto no meio rural, quanto no meio urbano. O Pantanal e a Bacia do Rio da Prata, nesta perspectiva, foram identificados como as regiões prioritárias, sendo que nas regiões pantaneiras e – inclusive em áreas do Cerrado – concentram-se as ações de base comunitária, indicando também uma das razões para criação da organização.