O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, reuniu-se na última quarta-feira (24) com o presidente da Embrapa, Celso Moretti, para discutir demandas e novas oportunidades abertas para a cadeia leiteira nacional com a aprovação da Lei do Selo Arte.
A Lei altera uma antiga legislação sobre produtos de origem animal, de 1950, que proibia a venda de alimentos artesanais entre Estados ou municípios. Mais de 177 mil produtores de queijo poderão ser beneficiados com a mudança, com possibilidade de triplicar a produção.
Borges lembrou que o setor leiteiro precisa enfrentar no momento três grandes desafios, para os quais necessita do suporte da pesquisa agropecuária: sanidade do rebanho bovino leiteiro ("brucelose e tuberculose bovina ainda estão presentes em quase todo o território nacional"), qualidade do leite e dos queijos nacionais e acesso maior a informações técnicas e científicas. "A Embrapa Gado de Leite continua gerando e transferindo bastante conhecimento para a cadeia produtiva, mas falta fazer esse conhecimento chegar à maioria dos pequenos produtores leiteiros", afirmou.
Moretti lembrou que além da Embrapa Gado de Leite, outros 15 centros de pesquisa da Embrapa também geram soluções tecnológicas para o setor de leite no Brasil e lembrou dos portfólios priorizados na programação do Sistema Embrapa de Gestão que trabalham com o tema. Citou ainda que a Embrapa Alimentos e Territórios, criada no ano passado, será também grande parceira do setor, porque vai coordenar ações em rede voltadas para ajudar na Denominação de Origem, Identificação de Procedência e Certificação de Origem de produtos brasileiros.
Ao final do encontro, o presidente da Abraleite deixou claro que a entidade vai se comprometer a obter recursos para novos projetos de pesquisa e transferência de tecnologia da Embrapa voltados para a cadeia leiteira, por meio de emendas de parlamentares ligados ao negócio do leite.