Segundo dados do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2019 e 2020, Bonito liderou o ranking dos municípios que mais desmataram o bioma. Na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul desta quinta-feira (1º), o deputado Pedro Kemp (PT) cobrou uma fiscalização rígida para proteger o meio ambiente e os recursos hídricos.
“O Imasul [Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul] e o Ministério Público Estadual precisam intervir para evitar desmatamentos e ações de manejos do solo que prejudiquem o meio ambiente. De acordo com os dados, Bonito desmatou 416 hectares, o que corresponde a mais de um campo de futebol por dia. Isso é assustador”, disse Kemp.
Bonito detém 39.981 hectares do bioma. “O avanço do desmatamento ocorre desde 2017 e, a partir de 2019 houve o salto, passando de 160 hectares para 416 hectares. Bonito é um dos principais polos do ecoturismo do Brasil, localizado no meio do Planalto da Serra da Bodoquena, seus rios integram a Bacia Hidrográfica do Alto Rio Paraguai e na sub-bacia do Rio Miranda”, acrescentou.
Além da expansão agropecuária, Lidio Lopes (PATRI) aponta a abertura de novos balneários e loteamentos para o crescimento do desmatamento ilegal. Renato Câmara (MDB) defende a continuidade do Zoneamento Ecológico-Econômico para deter o desmatamento no Mato Grosso do Sul.
“Estamos cobrando do Governo do Estado a terceira aproximação do Zoneamento, seria como um plano diretor rural, evitando o desmatamento de grandes áreas de cobertura florestal original”, afirmou Câmara.