No último sábado (08) aconteceu a celebração anual das aves ao redor do planeta, o Global Big Day, quando observadores de aves de todos os cantos do mundo se esforçam para registrar o maior número possível de espécies em 24 horas. Para saber quem ou qual lugar no mundo conseguiu registrar o maior número em espécies, todas as aves devem ser registradas no site do projeto , onde o observador de aves pode também acompanhar os relatórios de mais de 170 países em tempo real. Qualquer pessoa pode participar e de forma gratuita.
Mato Grosso do Sul não ficou de fora e registrou um recorde local de observação desde a criação desse formato de evento, em 2015, pelo Laboratório de Ornitologia de Cornell, Estados Unidos. Foram 259 espécies registradas pelos observadores sul-mato-grossenses e até um registro novo de ave para o Estado: a saíra-preciosa, avistada no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, região sul, pelo guarda-parque Reginaldo de Oliveira.
O Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, contribuiu com a mobilização e organização de uma rede de observadores de aves distribuídas pelo MS para o Global Big Day, envolvendo observadores de aves, instituições e coletivos como o Avistar MS, as Cunhataí Guyra - Mulheres Observadoras de Aves do MS, Clubes de Observadores de Aves (COAs), Projeto BiodiverCidade/UFGD, Biofaces e Passarin Web, além de Pousadas e Parques. Essa equipe intergeracional e interinstitucional montou um grupo de apoio via whatsapp para distribuição de guia ilustrativo para identificação de aves, suporte de especialistas de identificação de aves, cursos rápidos de utilização de aplicativos como e-Bird e Merlin, tudo ativo nas 24 horas de observação de aves.
A Dra. Simone Mamede, do Instituto Mamede, afirma que a cada ano o número de observadores de aves participantes do evento tem crescido no Mato Grosso do Sul. “Isso demonstra que a cultura da observação de aves tem envolvido cada dia mais adeptos e amantes da natureza. A participação dos sul-mato-grossenses tem contribuído não apenas para preencher lacunas do conhecimento por meio da ciência cidadã, como também tem sido instrumento de educação ambiental com o surgimento de novos agentes de conservação ambiental. Soma-se a isso, a consolidação de destinos silvestres e os novos roteiros para o turismo de observação de aves apontados pelos diversos participantes do BIG DAY. A observação de aves revela a valorização da biodiversidade e aponta caminhos para a construção de territórios sustentáveis”, relata.
A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul trabalha o birdwatching como um importante segmento de turismo e educação ambiental e, no Global Big Day, publicou uma campanha de posts nas redes sociais para incentivar observadores de aves, fotógrafos, ornitólogos, guias de turismo e amantes da natureza a catalogar seus avistamentos.
Global Big Day 2021 no MS
O relatório de dados consolidados da participação do MS no Global Big Day (maio/21), enviado pela Dra. Simone Mamede, apontou:
- Grupos participantes: 37
- Participantes total: 88
- Pessoas submetentes de listas ao e-Bird não participantes do grupo Big Day/Avistar MS: 9
- Total de listas submetidas ao e-Bird: 65
- Municípios envolvidos: 13
- Locais visitados: 169
- Espécies registradas pelo nosso grupo Big Day/Avistar MS: 259 (recorde)
- Espécies total registradas no e-bird para o MS no dia 08 de maio: 295
Observação de aves
A observação de aves (birdwatching) já atrai milhares de brasileiros e estrangeiros para observar espécies raras com binóculo e, quando possível, fotografá-las. São mais de 1900 espécies de aves catalogadas no Brasil e em Mato Grosso do Sul é possível cerca de 650 delas vivendo livremente em ambientes rurais e urbanos. São vários os locais para a prática da atividade, como o Pantanal, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Parques Estaduais, região turística Rota Norte e até a capital, Campo Grande.
Mato Grosso do Sul possui ainda um diferencial para os observadores brasileiros que é a presença de duas espécies que, dentro do território nacional, só são observadas no Pantanal Sul-mato-grossense e na Serra da Bodoquena. Fora do território nacional, o rapazinho-do-chaco ( Nystalus striatipectus ) é avistado no Leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, e a tiriba-fogo ( Pyrrhura devillei ) pode ser encontrada no Chaco paraguaio.