Já a vistoria no distrito Águas de Miranda resultou no seguinte:
“Nesse ponto foi verificada a presença de vegetação densa de bambus em ambas as margens do Miranda e do rio Nioaque, figuras 9 e 10, afluente da margem direita do rio Miranda;
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“As folhas e galhos desvitalizados desse tipo de vegetação permanecem às margens dos cursos de água e em período de grandes precipitações o próprio deflúvio superficial acaba arrastando esse material depositado no solo para o leito dos afluentes e daí para o leito do rio Miranda;
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“Nessa parte, o rio Miranda está com seu nível de água mais baixo que em Miranda, fato esse que favorece a manutenção de velocidade alta facilitando o arraste do material vegetal para jusante;
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“Foi verificado a presença de vegetação seca às margens do rio Miranda, próxima da água, portanto, qualquer aumento do nível das águas do rio Miranda arrastará esse material para o leito e daí segue rio abaixo.”
Com base nas evidências colhidas in loco, os técnicos do Imasul concluem o laudo com as seguintes afirmações:
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“Diante do exposto, conclui-se que o rio Miranda, na cidade de Miranda encontra-se cheio, com suas águas começando a avançar sobre as margens;
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“As águas do rio Miranda estavam barrentas evidenciando o aporte do deflúvio superficial rural;
“Havia a presença de material vegetal em todos os três pontos fiscalizados, principalmente restos de bambus e vegetação nativa de baixa densidade;
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“Na região da foz do rio Nioaque, afluente da margem direita do rio Miranda, há intenso maciço de vegetação de bambus, que avançam até a beira da água;
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“E finalmente, conclui-se que o fenômeno ocorrido no leito do rio Miranda, com o acúmulo de material vegetal desvitalizado, principalmente bambus, sob a ponte da rodovia MS – 339, trata-se de fenômeno natural, que ocorre todos os anos, porém, nesse ano de 2020, por uma sucessão de fatores, tais como altas precipitações pluviométricas, aumento do deflúvio superficial rural, acúmulo de material vegetal seco depositado no solo próximo as cursos de água, nível de água mais alto do rio Miranda e menor energia cinética das águas.”
No laudo, os técnicos deixam claro que o fenômeno pode voltar a ocorrer, já que a previsão é de que as chuvas fortes continuem nas próximas semanas no Estado, e há muita vegetação nas margens do rio que pode ser arrastada pela força das águas.