A partir desta quarta-feira (04), em todos os rios que cortam o território de Mato Grosso do Sul, inicia-se o período de defeso para a proteção da Piracema, o período reprodutivo da maioria das espécies de peixes das duas bacias que cortam o Estado (Paraná e Paraguai). Este período se estenderá até o dia 28 de fevereiro de 2021 em todos os rios federais e estaduais.
Além disso, a Polícia Militar Ambiental (PMA) mantém a Operação Ictiofauna, iniciada para o feriado de Finados até o dia 05 de novembro, utilizando o efetivo administrativo no sentido de evitar a pesca predatória e conferir e lacrar para transporte o pescado capturado durante a pesca no feriado, bem como evitar que as pessoas permaneçam nos rios depois de meia noite, quando haverá o fechamento da atividade pesqueira no Estado.
A partir de amanhã (05), a estratégia de fiscalização mantida durante o mês de outubro, com fiscalização intensificada desde setembro, será alterada, visto que não haverá mais pescadores nos rios, a não ser aqueles que poderão praticar algumas modalidades de pesca, como a pesca de subsistência e a científica, devidamente autorizada, bem como nos lagos das usinas do Rio Paraná, onde poderá haver pesca de peixes exóticos e não nativos da bacia.
“A estratégia de fiscalização será a que tem dado certo em todos os anos”, informou a PMA. Ou seja, continuar monitorando os cardumes e cuidando deles, principalmente nos pontos em que são mais vulneráveis à pesca predatória, que são as cachoeiras e corredeiras. Em vários pontos onde existem cachoeiras e grandes corredeiras serão montados postos fixos com policiais 24 horas.
O esquema especial de fiscalização será mantido, como nos anos anteriores, contando com um efetivo de 320 policiais nas 26 subunidades distribuidas em 20 municípios. Este esquema especial já começa com a manutenção dos policiais e fiscais do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) que estão desde o dia 29 de outubro trabalhando na Operação Ictiofauna.
Com relação ao início da Operação Piracema, a PMA priorizará a montagem de postos avançados fixos nas principais cachoeiras e corredeiras nos rios do Estado e da União, bem como monitoramento dos cardumes.
Em algumas cachoeiras e corredeiras sem a presença de policiais fixos, a PMA colocará constantemente militares do setor de inteligência a paisana, no sentido de identificar e prender os que se arriscarem a praticar a pesca nesses regiões, visto que algumas pessoas que residem nas proximidades desses locais arriscam-se à prática da pesca ilegal e ainda com petrechos ilegais de malha.
A tecnologia de drones, utilizada durante a pesca aberta, também será fundamental durante a operação, especialmente para acompanhar os cardumes e para evitar pesca com petrechos ilegais em cachoeiras e corredeiras. Os aparelhos permitem, ainda, que policiais instalados em um posto fixo de cachoeira ou corredeira possam monitorar outros pontos semelhantes, ou outros trechos no mesmo rio, com efetividade e redução de custo operacional.
Em uma lancha de grande porte repassada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Corumbá, cuja reforma a cargo da Justiça do Trabalho está em conclusão, equipes farão revezamento a cada sete ou dez dias e permanecerão exercendo fiscalização preventiva e repressiva, especialmente na área de fronteira do Estado com o Paraguai e Bolívia, tanto no Rio Paraguai, como no Rio Apa e seus afluentes. Será também fiscalizada a região de divisa com o Estado de Mato Grosso, pelos rios São Lourenço e Piquiri, e também atenção especial a área do entorno do Parque Nacional do Pantanal, no limite de Corumbá com Poconé (MT).
As lanchas tem sido usadas como postos itinerante, dando maior eficiência e economia na fiscalização dos rios
A área de divisa MS/MT tem sido preocupação, antes do fechamento da pesca e também durante a Operação Piracema. Os pescadores calculam que estão protegidos, por causa da grande distância e o difícil acesso de alguns locais no Pantanal, como a região de entorno a Serra do Amolar.