O Recanto Ecológico Rio da Prata (Jardim-MS) inaugurou no dia 7 de agosto a fábrica de chá de composto TMT para a produção de biofertilizantes – adubo orgânico líquido que contém organismos e nutrientes que melhoram a saúde das plantas e pastagens.
O uso de biofertilizantes permite a produção de alimentos mais saudáveis, com menor impacto ao meio ambiente; fortalece as plantas e garante maior resistência ao ataque de pragas e doenças; melhora a produtividade das culturas; apresenta menor custo quando comparado aos fertilizantes químicos; é rico em nitrogênio e outros nutrientes (fósforo, potássio, cálcio, etc.) indispensáveis ao solo; melhora a fertilidade do solo por adição de nutrientes; reutiliza matéria-prima da propriedade; contribui para a redução do aquecimento global, entre outras vantagens.
Para construir a fábrica, colaboradores do Recanto Ecológico Rio da Prata visitaram a propriedade de Martin Simeon, em Maracaju (MS), responsável por compartilhar importantes informações. “Agradecemos o Srº Martin que compartilhou conosco as informações sobre como construir e obter o melhor resultado em cada etapa da produção”, diz Teódison Gonçalves, gerente do atrativo.
A construção da fábrica era um sonho antigo de Eduardo Folley Coelho, proprietário da fazenda. “Estou muito feliz. Era um sonho antigo que tinha de produzir e usar o biofertilizante feito no local, subproduto que será aplicado no pomar, no sistema agroflorestal e nas pastagens. A meta é substituir a compra de adubo e utilizar o material fabricado na fazenda”, revela.
Eduardo confessa sua curiosidade com os resultados do uso do produto. “Sigo confiante de que irá funcionar. Fizemos muitas pesquisas e acreditamos que teremos, a longo prazo, resultados satisfatórios, duradouros e sustentáveis”.
Atualmente a propriedade utiliza pó de rocha (fosfato) – fonte para remineralização dos solos em substituição aos fertilizantes tradicionais – e também calcário. A partir de agora o biofertilizante vai contribuir para que as plantas utilizem os nutrientes do pó de rocha.
Para montar a estrutura da fábrica foram utilizadas três caixas d’água de 2.000 mil litros cada, canos e tambores de 200 litros, revestidos com filtros. Nesse local serão inseridos os ingredientes in loco: terra de bambu, húmus e serra pilheira. Na sequência é adicionado o melaço – fonte de energia, e inseridas as farinhas de arroz, de trigo, de mandioca e também a farinha animal (de pena, de sangue, farinha de peixe e farinha de carne e osso). O material produzido na primeira remessa foi utilizado em uma área de 200 hectares.
Bruno Rocha, biólogo do atrativo, revela que a importância da construção dessa fábrica, construída pelo colaborador Cateto, é a biofertilização. “Com isso estamos multiplicando microorganismos que são eficientes ao solo, que fazem a fixação dos nutrientes pela planta e que devolvem toda a qualidade de vida e equilíbrio do ecossistema do solo”.
Ações sustentáveis
Práticas de agricultura sustentável e econômica foram adotadas há muito tempo na fazenda, desde a criação da RPPN Cabeceira do Prata – Reserva Particular do Patrimônio Natural, em 1999 até os dias atuais. Além da fábrica de chá composto e o uso de pó de rocha, está a realização do Curso de Agrofloresta; formação de corredores ecológicos; implantação do sistema de energia solar fotovoltaico; aquisição de um barco solar; convênio com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS, de Mato Grosso do Sul, para a soltura de animais na fazenda e, mais recente, o início da criação de abelhas nativas sem ferrão (meliponicultura).
PASSO A PASSO
Teódison e Bruno Rocha compartilham o vídeo com o passo a passo de funcionamento da estrutura com o objetivo de incentivar outras pessoas na construção de fábricas.
Veja abaixo os ingredientes:
Ingredientes in loco: 5kg
Farinha vegetal: 2,5 kg
Farinha animal: 2,5kg
Melaço: 5 litros
Soro de leite: 4 litros
Ligar a estrutura e aguardar 24 horas para aplicar o produto na pastagem.