Depois de denúncias veiculadas na imprensa que também chegaram à Polícia Militar Ambiental sobre a pesca predatória na foz do rio Apa com o rio Paraguai, uma das equipes, que trabalha na operação piracema fazendo fiscalização preventiva na região do Nabileque, foi deslocada para a área denunciada mesmo o ponto crítico da denúncia sendo em território do Paraguai.
Segundo a PMA, essa região do rio Apa e do rio Paraguai na área de fronteira é crítica pois pescadores paraguaios e brasileiros armam muitos petrechos ilegais nos rios, normalmente à noite, pela facilidade de fuga em território do país vizinho, caso sejam surpreendidos pela fiscalização. Nos dias 26 e 27 de outubro, quando a pesca estava aberta, oito espinheis (cabos de aços e cordas com 30 anzóis grandes, estendidos pelo rio) com 30 anzóis cada um, que estavam armados no curso rio Apa, tinham sido retirados, durante a operação pré-piracema. Nos dias 28 e 30 do mesmo mês, foram apreendidos mais 50 espinheis e mais 165 anzóis de galho nos rios Apa e Paraguai. Vários peixes que estavam vivos nos petrechos ilegais foram soltos no rio.
Nestas quarta (18) e quinta-feira (19) foram retirados 42 espinheis, com média de 30 anzóis cada um, e 67 anzóis de galho nos dois rios. As equipes continuarão na área para evitar o uso desses instrumentos de pesca e também para impedir que, da foz do rio Apa, que fica em território paraguaio, os pescadores entrem no território brasileiro. Durante os trabalhos, até agora não foi encontrado nenhum pescador nos rios da região. Bloqueios também estão sendo executados nas rodovias e estradas vicinais próximas dos rios. Vale lembrar que a pesca também está fechada pela legislação do Paraguai.
Fiscalizações preventivas dessa natureza são fundamentais para a prevenção à pesca predatória, em princípio, para que os pescadores continuem respeitando as normas mas, principalmente, para a retirada desses aparelhos ilegais, tendo em vista o grande poder de captura e depredação dos cardumes. Além disso, há grande dificuldade de deter os autores porque eles são armados em um curto espaço de tempo e os pescadores não permanecem no rio durante a pesca, fazendo somente a retirada dos peixes, também com rapidez. Na área fiscalizada, a maioria dos petrechos é colocada por pescadores paraguaios.