Além de resgate de animais atropelados, vítimas de armadilhas de caça, como uma anta nesta segunda-feira (06) no município de Sidrolândia com o pescoço quase decepado por uma armadilha de cabo de aço, a Polícia Militar Ambiental realiza captura de animais há quase 35 anos e já capturou animais em locais inusitados, como ouriço em edifício, capivara dentro de armários e fossas, antas dentro de piscina, jacarés em lagoas de tratamento de indústria, gambá dentro de máquina de lavar, serpentes e lagartos em áreas de motores e dentro de veículos, tamanduá-bandeira dentro de churrasqueira e de fossa, entre outros.
A captura envolve um risco ao animal, pelo estresse, bem como algumas vezes serem atropelados ao fugirem da captura, ou feridos ao colidir com obstáculos e, dessa forma, exige muito treinamento dos policiais. Esse cuidado, a PMA tem mantido nos treinamentos em cursos internos, mas também com especialistas de outras instituições, pensando nisso, a Polícia Militar Ambiental de Corumbá e o Instituto Homem Pantaneiro (IPH), organizaram um curso de capacitação de captura de animais silvestres para os policiais.
O curso, com duração de seis horas, com aulas práticas e teóricas, dentre elas o uso de arma de dardos de anestésicos, foi ministrado para 20 policiais do efetivo da PMA de Corumbá. O treinamento foi realizado pelos médicos veterinários Juares Adenilson May Junior e Diego Francis Parsos Viana do IHP. Cursos dessa natureza são fundamentais, tendo em vista as características acertadas das cidades de Mato Grosso do Sul de conservar muitas áreas de flora nos perímetros urbanos, onde, consequentemente, também se conserva a fauna ali existente, em um ambiente fragmentado, o que leva essa fauna a adentrar os locais habitados. Por exemplo, Corumbá onde foi realizado o curso é rodeada pelo Pantanal.
Dentre várias outras cidades, outro exemplo, é Campo Grande, que possui grandes reservas florestais e parques, além dos parques lineares de córregos e áreas verdes municipais, o que favorece à presença de fauna e, essa convivência entre essa fauna sinantrópica e a população gera alguns conflitos, como: adentrar residências, ruas, estabelecimentos comerciais, atropelamentos, bem como há a necessidade muitas vezes, de se fazer o trabalho de captura, devido à fauna adentrar áreas que corram riscos, ou que haja riscos às pessoas.