O Projeto Águas de Bonito já cumpriu a primeira etapa dos trabalhos na parte alta do rio Mimoso e agora começa as análises também na micro-bacia do rio Formoso, outro importante curso d’água da região.
O balanço do que já foi desenvolvido foi apresentado pelo engenheiro agrônomo Alexandre Ferro, do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) no dia 14 de agosto, durante Mesa Redonda do I Seminário Virtual “Semeando Água”, organizado pelo IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) com apoio da Associação Brazil Foundation e transmitido ao vivo pela página da entidade no Facebook e pelo canal do Youtube.
O Projeto Águas de Bonito é uma parceria entre o Imasul, responsável pelo diagnóstico, definição das atividades e acompanhamento técnico; o IASB, que executa as ações, e o Ministério Público Estadual, a quem compete o acompanhamento e a fiscalização.
As ações tiveram início pela micro bacia do Rio Mimoso dado à fragilidade e à importância desse rio para toda região, explicou Alexandre Ferro. O Mimoso é o principal contribuinte do rio Formoso, que por sua vez deságua no Miranda, um dos principais rios do Estado. O rio tem 45 quilômetros de extensão, desde sua nascente até a foz, e a micro bacia engloba uma área de aproximadamente 25 mil hectares. Para efeito de ação, o rio foi dividido em três partes: alto, médio e baixo Mimoso. Os trabalhos de levantamento dos problemas na parte alta já foram concluídos e muitas intervenções já estão sendo feitas.
O diagnóstico foi feito a partir de imagens de satélite que possibilitou identificar os pontos críticos na mata ciliar ou em propriedades próximas que ameaçavam a integridade do rio. Os técnicos fizeram, então, visitas in loco para averiguar a situação e em seguida apresentados os projetos necessários para fazer a correção. Em geral os próprios produtores rurais executam as ações necessárias, quando não dispõe de recursos para tanto, procura-se parcerias.
“O objetivo é adequar a propriedade para que ela retenha ao máximo as águas das chuvas ou que contenha a velocidade da enxurrada de forma que chegue ao rio sem arrastar sedimentos nem causar erosão no curso” , explicou Alexandre Ferro. O que se busca é conciliar uma produção de qualidade com responsabilidade ambiental, enfatizou.
Paralelamente ao trabalho que prossegue nas outras etapas do rio Mimoso, o projeto começa a atacar o rio Formoso com uma metodologia diferente. Foram estabelecidos 10 pontos de monitoramento da qualidade da água na extensão do rio utilizando alguns instrumentos apropriados: disco de Secchi, régua e pluviômetro. Dependendo do grau de turbidez da água será decidido qual intervenção necessária para corrigir o problema.