Um tamanduá bandeira ferido pelos incêndios na região do Passo do Lontra está recebendo atendimento especial no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). Ele apresenta ferimentos nas quatro patas e está sendo tratado com membranas biológicas, uma técnica que utiliza couro de tilápia e placenta de cavalos para reconstituição da pele do animal.
O tamanduá está sendo atendimento pela equipe do CRAS, do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) em parceria com a empresa Pro Equi, especialista na técnica com membranas biológicas. A técnica é reconhecida na medicina humana por bons resultados em pacientes queimados e é realizada em Mato Grosso do Sul como projeto piloto.
Resgate
O tamanduá foi resgatado na estrada-parque, região de Corumbá, e chegou no CRAS na sexta-feira (09). De acordo com o responsável técnico Lucas Cazati, o estado de saúde dele é grave, com queimaduras intensas na quatro patas e um ferimento no focinho.
As biomembranas foram aplicadas nas quatro patas do tamanduá, sendo a pele de tilápia nas patas dianteiras e a placenta do cavalo nas patas traseiras.
A médica veterinária Ana Eliza Silveira, da Pro Equi, explica que neste caso a técnica se torna ainda mais eficiente pois facilita o manejo do animal em fase de recuperação, reduzindo a quantidade de sedações para que seja feita a manutenção do curativo. A técnica das biomembranas é tema da tese de mestrado do médico veterinário Gabriel Nahas Curado, também da Pro Equi, empresa parceira no atendimento realizado no CRAS.
"A pele da tilápia é rica em colágeno, tem boa resistência e se usa muito na medicina humana para recuperação de queimados. Em animais silvestres está sendo por apresentar condições favoráveis para a boa recuperação do animal. A placenta equina ajuda na cicatrização e crescimento das células da pele, além de proteger o ferimento", destaca.