Somente em 2020, o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) atuou em operações conjuntas de resgate a 63 trabalhadores que se encontravam em condições análogas às de escravo em quatro diferentes estabelecimentos, todos eles localizados na área rural do estado.
O número de resgates é 46% superior ao de 2019, quando 43 trabalhadores foram flagrados nestas condições, em seis propriedades rurais.
Em uma das operações, realizada no dia 22 de junho de 2020, 24 trabalhadores indígenas da etnia Guarani Kaiowá, aliciados por um empreiteiro para coletar mandioca em uma fazenda localizada no município de Itaquiraí, foram encontrados submetidos a condições degradantes. Os outros flagrantes envolveram o trabalho escravo na criação de bovinos e cultivo de soja, e ocorreram em propriedades rurais dos municípios de Corumbá, Nioaque e Porto Murtinho.
No ano passado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho escravo em todo o Brasil.
Entre as atividades econômicas com maior número de trabalhadores nessas condições estão a pecuária e o cultivo de café. Atualmente existem pouco mais de 1,7 mil procedimentos em investigação e acompanhamento nas 24 unidades do MPT espalhadas pelo país, envolvendo trabalho análogo ao de escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores para a escravidão. Desse total, 41 casos são acompanhados pelo MPT em Mato Grosso do Sul.