Nesta quinta-feira (14), uma mulher solicitou ajuda da Polícia Civil de Jardim pelo WhatsApp, relatando que estava em um relacionamento com um homem há um ano e também morava com um filho de 11 anos de um relacionamento anterior. Ela estaria sofrendo inúmeras agressões do acusado e mantida em cárcere privado.
Quando deu início ao relacionamento, ela era independente financeiramente e, até o momento, não havia registrado boletim de ocorrência ou solicitado medidas protetivas de urgência por medo. Há cinco meses, o marido se tornou agressivo por ciúmes dela sair para o trabalho de manicure e fazendo diárias. Desde então, a vítima parou de trabalhar e passou a depender parcialmente da renda do marido, já que recebe Bolsa Família, porém disse que o cartão estava bloqueado senão ele controlaria o dinheiro. Relatou que sempre procurava um jeito de ir sacar já que ele tem acesso ao aplicativo e poderia ver que a quantia estava sendo depositava, deixando a mesma escondida no meio das roupas.
A mulher afirmou que, no dia a dia, não tem autorização ou liberdade para sair de casa até mesmo para ir ao médico, saindo somente acompanhada. Caso desobedecesse, sofria violências físicas, como tapas no rosto. Ele já chegou a esganá-la até que desmaiasse e, quando estava recuperando a consciência, a esganou novamente, dessa vez não desmaiando, parando somente com a chegada da irmã do autor. Quando alguma situação era presenciada por terceiros, o autor dizia que a vítima estava fingindo e que era louca.
Ela também sofria violências psicológicas constantes, onde ele ameaçava matar seu filho e persegui-la. Acredita que as ameaças sejam por ciúmes já que o agressor mencionava que a mulher estaria tendo um relacionamento extraconjugal. Por andar sempre armado com uma faca, ela procurava sempre agradá-lo, principalmente no caso das relações sexuais, que acabava consentindo por medo de apanhar ou que o autor fizesse alguma violência com seu filho. Em algum momento, apesar dela ter realizado uma laqueadura, acabou engravidando e teve um aborto espontâneo há duas semanas, onde ficou internada no Hospital Marechal Rondon durante cinco dias.
O controle dele sobre ela chegou a um ponto da senha do celular da mesma ter sido feita por ele, para que suas mensagens, ligações e redes sociais fossem monitoradas. Ele até mesmo não autorizou a matrícula do filho dela em uma escola.
Por fim, com a ajuda do Creas de Jardim, ela está a caminho para Campo Grande para morar com a mãe com um novo número de telefone. Foi solicitada medidas protetivas de urgência contra o agressor.