Quatro traficantes foram presos na madrugada desta quarta-feira (24), em uma boca de fumo na Vila Donaria, em Bonito. No local, eles usavam um buraco no muro onde ficava o registro de água para repassar a droga aos “clientes” e monitorar a movimentação na rua com a ajuda de um espelho.
De acordo com o registro policial, após várias denúncias sobre o funcionamento do ponto de venda de drogas, os policiais fizeram campana para monitorar a movimentação e perceberam o intenso movimento de pessoas que iam até a casa, na Rua Joana Sorta.
Com uma viatura descaracterizada, a equipe abordou um dos usuários, um outro carro estacionou em uma rua paralela para consumir a droga e o suspeito sacou um revólver calibre .22, mas ao perceber que eram policiais, ele jogou a arma no banco do veículo, com 6 munições intactas.
A equipe fez a revista do usuário e ele afirmou que dentro da carteira havia uma trouxinha de cocaína, contando onde havia comprado a droga. Ele recebeu voz de prisão e foi levado algemado até a Delegacia de Polícia Civil da cidade.
Após isso, os policiais foram até a casa e abordaram dois usuários bem em frente ao local, que estava com o portão trancado. A equipe verificou que a droga era passada por cima do muro ou através de um buraco onde seria colocada a tubulação para o registro de água e tinha um espelho para que os traficantes pudessem observar a movimentação da rua.
Os policiais pularam o muro da casa e, enquanto isso, um rapaz de 21 anos, identificado apenas como Maicon, jogou alguns papelotes de cocaína, já vazios, no tanque de lavar roupas, que estava com o ralo tapado e com água, preparado para o descarte da droga já que não havia encanamento. Do lado, foram encontradas duas porções de crack.
Dentro da casa, os policiais encontraram Adriano Leandro Cabral, de 26 anos. Ele chegou a se trancar no local e os policiais precisaram fazer uso de força para segurá-lo e revistá-lo. Outros dois suspeitos foram presos, David Gabriel e Dione Rafael da Silva, de 19 e 25 anos. Eles ficavam do lado de fora e eram responsáveis pelo primeiro contato com os usuários.
Após a negociação da droga, os dois iam até o muro onde ficavam Maicon e Adriano para pegar o entorpecente e entregar aos “clientes”, que consumiam ali mesmo. Um dos rapazes confirmou que praticava o tráfico e indicou Cabral como seu patrão.
Maicon também chegou a confessar que estava vendendo crack e cocaína na casa e que esperavam chegar mais drogas. Ele disse à polícia que traficava para consumir entorpecentes e que a cada duas porções que vendia, ganhava uma.
Adriano disse à polícia que no local funcionaria um bar, no entanto estava sempre com as portas fechadas e cadeado no portão. Na casa não foram encontrados algo que indicasse que seria um estabelecimento comercial.
Todos os quatro foram presos e levados para a Delegacia e vão responder por tráfico de drogas e associação criminosa. Dentro da casa foram apreendidos cinco aparelhos celulares, três máquinas de cartão de crédito, um simulacro de arma de fogo, uma parafusadeira, uma furadeira, uma cédula de dinheiro estrangeiro equivalente a 5 mil guaranis e ainda o valor em dinheiro trocado de R$ 1.557 (provenientes da venda de entorpecentes) embaixo da cama de Adriano.