Bonito, Mato Grosso do Sul - 28 de Dezembro de 2024
Saúde

Ministério da Saúde decreta fim da emergência da Covid

Decisão do governo de acabar com o estado de emergência, coloca em xeque mais de 2.000 atos administrativos que poderão ser revogados, adaptados ou virar política permanente.

Com informações de G1
Em 18 de Abril de 2022 às 14h53

O Ministério da Saúde deve enviar, nesta quarta-feira (20), ao Diário Oficial da União (DOU) uma portaria que encerra a emergência em saúde pública decretada no pico da pandemia do novo coronavírus. A decisão do ministro Marcelo Queiroga de decretar o fim da pandemia contraria orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e análises de cientistas do Brasil e do mundo. É uma decisão política que mostra que o ministro cedeu à pressão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que quer logo o anúncio do fim da pandemia para passar uma imagem de “normalidade”.

O Comitê de Emergência da OMS alerta que a Covid-19 ainda é "um evento extraordinário que continua a afetar negativamente a saúde das populações em todo o mundo, representa um risco contínuo de propagação internacional e interferência no tráfego internacional, e requer uma resposta internacional coordenada".

Nos EUA, por exemplo, o presidente Joe Biden acaba de ampliar por mais três meses medidas de controle de disseminação da pandemia como a volta do uso da máscara.

Com a decisão de encerra a emergência em saúde pública, mais de 2.000 atos administrativos poderão ser revogados, adaptados ou virarem políticas permanentes. A mudança tem impacto direto em vários cuidados e regras que vinham sendo adotados no funcionamento geral da sociedade, como no ambiente de trabalho e na rotina de viagens.

O Ministério da Saúde avalia conceder um prazo de adaptação de pelo menos 30 dias, com possibilidade de prorrogação, para os órgãos federais, estados e municipios. Em pronunciamento de rádio e TV feito neste domingo (17), o ministro ressaltou a cobertura vacinal no Brasil e falou que a decisão não significa o fim da pandemia do novo coronavírus.

“Esta medida, no entanto, não significa o fim da Covid-19. Continuaremos a conviver com o vírus. Hoje, mais de 73% da população brasileira completou o esquema vacinal e mais de 71 milhões receberam a dose de reforço”, disse Queiroga.

O fato é que o estado de "Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional", também chamado Espin, o nível máximo de risco da doença no Brasil, permitiu que o governo federal e os governos estaduais e municipais tomassem uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras, a autorização emergencial para vacinas, o isolamento, a quarentena e a realização compulsória de exames médicos e vacinação.

Além disso, a medida sanitária diminuiu a burocracia para contratações temporárias de profissionais de saúde, aquisição de bens e contratação de serviços; previu a dispensa de licitação e autorizou a importação de produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Entre as normas que poderão ser afetadas com o fim do estado de "emergência sanitária nacional" estão, por exemplo, a do uso de máscaras, do teletrabalho, e da regulamentação da telemedicina.

Neste domingo, o Brasil registrou 22 mortes por Covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conasss). Esse é o menor número registrado desde 29 de março de 2020, no início da pandemia, quando o país também teve 22 mortes pela doença.

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