Bonito, Mato Grosso do Sul - 27 de Novembro de 2024
Turismo

Brasil planeja estímulo ao turismo pelo Corredor Bioceânico

As medidas devem incluir estímulos ao transporte e à circulação de passageiros, além do mapeamento do potencial turístico e de investimentos e a agilização de processos aduaneiros para o ingresso de visitantes.

Ketlen da Silva
Em 17 de Fevereiro de 2020 às 13h25
Entrada das Cordilheiras dos Andes, em Jujuy, Argentina: fluxo turístico. (Silvio de Andrade/Governo de MS)

O uso do Corredor Rodoviário Bioceânico, que ligará Campo Grande (MS) a portos no Norte do Chile, passando por Paraguai e Argentina, foi assunto de reunião realizada na última quinta-feira (13), em Brasília, entre representantes do Ministério do Turismo e o diplomata João Carlos Parkinson, ministro da Secretaria de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério das Relações Exteriores.

Outras ações para reforçar o fluxo turístico terrestre entre Brasil, Argentina, Paraguai e Chile também foram discutidas durante o encontro. As medidas devem incluir estímulos ao transporte e à circulação de passageiros, além do mapeamento do potencial turístico e de investimentos e a agilização de processos aduaneiros para o ingresso de visitantes. 

O secretário executivo do MTur, Daniel Nepomuceno, destacou vantagens de se incentivar a chegada de turistas sul-americanos ao Brasil por via rodoviária. “A gente pode crescer bastante no turismo nacional com o estímulo a visitas de cidadãos de países vizinhos. Há a possibilidade de um crescimento muito rápido com essas rotas regionais”, apontou.

Partindo de Campo Grande, o Corredor Bioceânico (Atlântico-Pacífico) seguirá até Porto Murtinho (MS), de onde, por meio de uma ponte a ser construída pelo governo do Paraguai, permitirá a ligação ao vizinho país, à Argentina e ao Chile. O secretário nacional de Integração Interinstitucional do MTur, Bob Santos, vislumbrou avanços na oferta turística do roteiro.

“Pode-se criar um produto ligando a área mais alagada do planeta, o Pantanal, à área mais árida do planeta, o Deserto de Atacama”, sustentou.

Santos informou que o MTur negocia a facilitação aduaneira com a Polícia Federal, a fim de ampliar o uso de aparelhos que utilizam reconhecimento facial. João Carlos Parkinson, por sua vez, previu o aumento na procura de destinos nacionais por sul-americanos. “O turista vai entrar no Brasil pelo Centro-Oeste, podendo chegar ao Pantanal e às praias do Nordeste muito mais rápido”, frisou.

Turismo rodoviário

As propostas devem ser apresentadas na próxima reunião do Grupo de Trabalho que coordena a implantação do Corredor, nos dias 26 e 27 de março em Santiago, no Chile. O projeto completo do percurso inclui ainda um trajeto ao Porto de Santos (SP), permitindo a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico para o transporte de cargas.

O estímulo à utilização do modal terrestre é uma das metas do MTur para 2020. O trabalho envolve a construção de terminais rodoviários nas 30 rotas prioritárias do Programa Investe Turismo, uma iniciativa conjunta com a Embratur e o Sebrae que promove a estruturação e a divulgação de destinos estratégicos. O órgão também pretende criar linhas de ônibus saindo de aeroportos para essas rotas e também cidades do entorno dos terminais.

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