Depois de uma longa pausa devido à pandemia, o turismo voltou com tudo nos últimos meses, e algumas cidades na França já começaram a sentir os efeitos adversos causados pela superlotação de pessoas. Para tentar frear o problema e evitar as multidões, o jeito encontrado pelos governos tem sido limitar a entrada de turistas.
O excesso de pessoas em algumas cidades francesas tem causado danos à flora e fauna da região. O Calanque de Sugiton, por exemplo, é um destino que muito turista quer conhecer ao visitar Marselha – a paisagem dos mar entre os paredões de pedra é realmente impressionante. Mas, segundo o Escritório Metropolitano de Turismo e Convenções de Marselha, apenas 500 pessoas por dia estão autorizadas a visitar o local atualmente, ao contrário dos 3 mil visitantes que curtiam a região diariamente antes da pandemia.
Outra ação implementada em Marselha é a presença de cerca de 50 guias que vão se posicionar em pontos estratégicos da cidade, nos mais movimentados, para orientar os turistas sobre as boas práticas de preservação da natureza, além de gerenciar os fluxos das pessoas.
Na Córsega, as Ilhas Lavezzi, o Vale de Restonica e a região das Agulhas de Bavella estão sempre no centro da atenções dos turistas. Assim, para proteger o meio ambiente, também foram adotadas cotas diárias, em que o visitante precisa fazer uma reserva com antecedência para visitar esses lugares.
A região sul da França, que incluí a famosa Cote d’Azur, Provence e os Alpes, também está tomando medidas para controlar o excesso de visitantes. Em parceria com o aplicativo Waze, a ideia é gerenciar o fluxo de pessoas nos horários de pico – o aplicativo vai anunciar, nesses horários, uma outra região para ser explorada ou um restaurante que esteja na rota para que o turista pare por um tempo, evitando chegar na atração turística lotada.
A França não é o único país da Europa a se preocupar com o excesso de turistas. Para tentar controlar esse alto fluxo de visitantes e arrecadar fundos para investimento na cidade, a italiana Veneza vai cobrar uma taxa de até 10 euros dos visitantes a partir de janeiro de 2023.
Algumas atrações turísticas também têm limite pré-estabelecido de turistas, como o Coliseu, em Roma, que só pode receber no máximo 3 mil pessoas dentro do prédio por vez.
Fernando de Noronha, que já cobra uma taxa de permanência dos visitantes, iniciou um estudo para estabelecer limite do número de turistas. Em 2019, antes da pandemia do Coronavírus, Noronha recebeu pouco mais de 100 mil pessoas. Segundo um estudo de 2017, a Ilha tinha capacidade para receber até 89 mil visitantes por ano.