Com mais de 200 anos, o município de Miranda, localizado no Pantanal sul-matogrossense, é uma cidade reconhecida como um dos mais importantes destinos turísticos nas modalidades de turismo de pesca, ecoturismo, turismo rural e de contemplação de pássaros, em plena expansão na região, além de Bonito.
Outras atividades exploradas são o turismo arquitetônico e religioso. Prédios e casarios formam um expressivo corpo arquitetônico atraindo a atenção e curiosidade dos turistas, muitos deles chegam a pedir licença para entrar nas casas, para fotografar os pisos construídos há séculos com azulejos hidráulicos transportados de navios vindos da Europa.
Todos os anos, turistas e mirandenses que residem em outras regiões do país prestigiam a festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora do Carmo. A festa religiosa acontece em 16 de julho, data em que é comemorado o aniversário do município, com procissão, bingos, quermesses com comidas típicas da região, artesanatos, apresentação de danças e músicas na programação.
Além de todos esses atrativos, Miranda conta com a maior população indígena da etnia terena. É possível que o visitante se desloque até as comunidades mais próximas da cidade para adquirir artesanatos feitos com argila pelas mulheres ceramistas das aldeias. Também existe o Centro de Referência da Cultura Terena que comercializa os produtos, além de comercializar peças elaboradas pelos artesãos da cidade.
Reserva Biológica
Diante de tanta diversidade, Miranda se transforma a cada dia em um dos polos turísticos mais importantes, não só do Estado como de todo resto do mundo. A criação da Reserva Biológica Marechal Cândido Mariano Rondon, através do Decreto Municipal n° 2636 de 12 de dezembro de 2017, passou a ser um divisor de águas em relação à consolidação do turismo na cidade.
A Reserva Biológica do município é constituída por uma área de mais de 850 hectares e conta com uma caverna de águas cristalinas e diversas galerias subterrâneas. Em julho de 2019, o grupo de espeleologia Serra da Bodoquena (especialistas em exploração de cavernas) esteve na Reserva e constataram que ali se encontra a mais profunda caverna seca do Estado de Mato Grosso do Sul. São mais de 120 metros de profundidade e 4 metros por 20 de diâmetro, com a presença do Bioma Mata Atlântica.
A caverna não se encontra aberta à visitação. O seu acesso só pode ser feito com autorização e por pessoas devidamente treinadas para tal ambiente, devido ao grande risco de acidentes.
De acordo com informações do prefeito de Miranda, Edson Moraes, existe uma avaliação junto ao corpo jurídico de Miranda de uma maneira legal para que a Reserva Biológica possa se transformar em um parque municipal ou até mesmo em um balneário municipal, como os que já existem em outros municípios do Estado, como Bonito e Jardim.
No entanto, reafirmou o compromisso e o respeito ao que determina a legislação ambiental quanto da criação da Reserva Biológica. “Vamos dar um passo de cada vez. Primeiro é de fundamental importância o parecer jurídico. Caso haja brechas na lei, poderemos estudar uma forma legal e preservacionista, ampliando ainda mais a vocação turística de Miranda e de toda região do Pantanal, com ganhos sócios – ambientais e econômicos para toda comunidade local e do entorno. O produto nós já temos. Tanto o bioma pantaneiro quanto a caverna encontrada na Reserva Ecológica foram presentes de Deus”, destacou Edson Moraes.
A parceria público/privado poderia ser uma das alternativas na avaliação do prefeito. “Caso haja a possibilidade legal de realizarmos esse projeto de exploração sustentável e economicamente viável, Miranda terá todos os principais atrativos que os visitantes procuram; turismo de pesca, rural, de contemplação e agora a maior caverna vertical do Estado”, concluiu. A localização da Reserva Biológica não será divulgada, uma vez que o local ainda não se encontra aberto a visitação.